QES – Queen Elizabeth's School

Fundação Denise Lester - Queen Elizabeth's School

"Look up, you always find a star in your life" - Margaret Denise Eileen Lester, O.B.E.

Hino e Logótipo

Hino

(clique para ouvir)

«There are boys and girls across the sea» é o hino oficial do Q.E.S., usado em todas as solenidades do Colégio que exprime a sua filosofia, a qual se baseia na consolidação dos ancestrais laços culturais Luso-Britânicos que se prendem essencialmente com a ligação ao mar dos nossos povos e a valorização da amizade além-fronteiras. Em ocasiões mais formais, os hinos de Portugal e Inglaterra são antecedidos do segundo hino da escola «Land of Our Birth», que exprime o ideário de Miss Lester.

Não deverá nunca esquecer-se que esta escola foi criada como uma Escola Britânica para crianças portuguesas… o patriotismo em relação a Portugal (ou, se estrangeiros, em relação aos seus próprios países) é sempre inculcado através dos ensinamentos morais da lealdade à família, ao lar, à turma, à escola, aos amigos, à cidade natal e ao país. O amor pela Inglaterra é introduzido pela amizade de facto que existe há séculos e que não foi forjada pelos políticos, mas estabelecida pelo respeito mútuo e pelos costumes comuns a ambos os países consagrados nas respectivas literaturas, histórias e canções e consolidados nas batalhas combatidas em conjunto sob a bandeira e o pregão de S. Jorge. (…) É isto que explica a existência das duas canções da escola, “Há rapazes e raparigas do outro lado do mar” e “Minha Terra Natal, a Ti Eu Sirvo” .

Miss Denise Lester, OBE

 

 

Lyrics

There are boys and girls across the sea
Who love to romp and play like me.
I wish that I could go some day
And share those games so far away.

We’d sing and jump and laugh and play
And love each minute of each day
And I’d teach them and they’d teach me,
How happy God would have us be.

But though I cannot go to play
With boys and girls so far away,
We can be friends, both big and small,
Because God’s love surrounds us all.

                       

Letra

Há meninos e meninas do outro lado do mar
Que como nós adoram saltar e brincar
Gostaríamos de um dia lá poder ir
Partilhar, confraternizar e rir

Poderíamos cantar, saltar,brincar
Cada minuto da vida apreciar
Como Deus gostaria de nos ver
uns com os outros a aprender

Mas embora não podendo brincar
Por termos o Oceano a nos separar
Grandes e pequenos amigos podemos ser
P’ lo Amor de Deus nos envolver.

 

 

O logótipo

O logótipo é uma Rosa, símbolo da casa de Lancaster, de cuja família era descendente Dona Filipa, casada com o nosso Rei D. João I e mãe de D. Henrique, pioneiro dos descobrimentos e da expansão da cultura Portuguesa no mundo.
LOGO QES

«The School badge is a Rose. I must admit that I was rather obstinate about the name and the rose. I chose the name Queen Elizabeth (Tudor) because I think she is one of the greatest Queens that England has ever had…There was also a famous Queen of Austria who was a saint and who worked the miracle of Roses. The same legend is told about her great granddaughter, St. Elizabeth of Portugal, and for the same reason; they were in the habit of giving bread to the Poor, which annoyed both their husbands, who demanded to see the contents of their baskets. On opening them, they were found to be filled with roses. There is also the Red Rose emblem, associated with both England and Portugal.

(O emblema da escola é uma rosa. Admito que fui bastante obstinada acerca do nome e da rosa. Escolhi o nome Queen Elizabeth (Tudor – Rainha Isabel I) porque ela foi uma das maiores Rainhas que a Inglaterra alguma vez teve…também houve uma famosa rainha da Áustria que foi Santa e que fez o milagre das Rosas. A mesma lenda conta-se acerca da sua bisneta, St.ª Isabel de Portugal, e pela mesma razão; tinha o costume de dar pão aos pobres, o que irritava os maridos de ambas, que fizeram questão em ver o que levavam nos seus cestos. Ao abri-los, encontraram-nos cheios de rosas. A Rosa Vermelha está associada tanto à Inglaterra como a Portugal.)»

Miss Denise Lester, O.B.E. (Ordem do Império Britânico)

In “Look up – There’s always a star – An Autobiography” Fundação Denise Lester, 1985, p.83

A rosa heráldica vermelha está associada tanto à história do Reino Unido como à de Portugal através do emblema da Casa de Lencastre. João de Gante (Duque de Lencastre), filho do rei Eduardo III de Inglaterra, casado em segundas núpcias com D. Constança, filha mais velha do falecido rei D. Pedro I de Castela, declarou-se pretendente ao trono de Castela em nome dos direitos dinásticos de sua esposa e logo se apercebeu de que nada conseguiria sem uma aproximação com Portugal, uma vez que o rei D. Fernando de Portugal também tinha as mesmas pretensões, como neto legítimo de Sancho IV de Castela e sucessor de seu primo direito, D. Pedro I.

Foi assim firmada, a 16 de Junho de 1373, a primeira aliança entre o rei D. Fernando de Portugal e o rei Eduardo III de Inglaterra, tendo D. Fernando renunciado à sua própria candidatura ao trono castelhano, obrigando-se ambos a fazer guerra a Henrique de Trastâmara, que assassinou seu irmão bastardo D. Pedro I para ficar com o trono. Henrique de Trastâmara respondeu àquela aliança atacando Portugal e obrigando D. Fernando a submeter-se a Castela e a tornar-se seu aliado. Porém, D. Fernando considerou este compromisso forçado, tendo continuado a negociar, através de representantes seus, a aliança com Inglaterra.

Entretanto, uma das consequências mais desastrosas da política de D. Fernando com a nossa vizinha Castela foi o compromisso que assumiu de casar a sua filha, D. Beatriz, com um membro da família real castelhana. Quando D. Fernando morreu não havia herdeiro masculino; deixou a coroa à referida D. Beatriz, na altura menor, ficando a rainha D. Leonor Teles, sua mãe, e o galego João Fernandes Andeiro como tutores. D. João de Castela, muito antes de quaisquer núpcias, pediu para ser proclamado Rei de Portugal. Foi então que João, o Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro I, foi nomeado chefe do partido nacional, assassinou Andeiro e foi aclamado Rei de Portugal nas Cortes de Coimbra de 1385. Meses mais tarde venceu D. João de Castela na Batalha de Aljubarrota, assegurando a independência portuguesa.

D. João I de Portugal também sentiu a necessidade de celebrar uma aliança com Inglaterra para defender a independência portuguesa da ameaça constante do expansionismo castelhano, tendo assinado com Ricardo II de Inglaterra o Tratado de Windsor, a 9 de Maio de 1386, que constitui a pedra angular da aliança luso-britânica. O casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre, filha de João de Gante e do seu primeiro casamento (por via do qual adquiriu o ducado de Lancaster), surgiu na sequência desta aliança (sinónimo de anel de casamento) e da sua consolidação.

Com este matrimónio inicia-se, em Portugal, a Dinastia de Avis, tendo mais tarde, em 1485, descendido da família Lencastre o primeiro rei da Dinastia Tudor no Reino Unido – o Rei Henrique VII, avô da Rainha Isabel I (filha de Henrique VIII e de Ana Bolena), em homenagem a quem foi dado o nome ao Colégio. Foi uma das maiores rainhas que a Inglaterra já alguma vez teve: no seu reinado deu-se a expansão do Império Britânico e conseguiu-se uma política de tolerância entre católicos e protestantes, indo contra a política de sua meia-irmã, a rainha D. Maria I, a Católica, filha de Henrique VIII e da sua primeira mulher Catarina de Aragão, determinada a extinguir os protestantes na fogueira.

A ligação dos Lencastre com Portugal floresceu principalmente na pessoa do Infante D. Henrique, promotor da expansão marítima de Portugal na Europa e no Mundo.

Uma das mais importantes contribuições da influência inglesa nos usos e costumes introduzidos na Corte Portuguesa por Dona Filipa de Lencastre foi, no que diz respeito à Heráldica, a utilização das Armas usadas pela Corte, destacando-se entre estas as Armas usadas pelos filhos de El-Rei D. João I.

domPedroA maior inovação introduzida foi o sistema  de diferenças adoptado para a Casa Real através do uso do lambel, como sinal coerente para diferenciar as diversas pessoas reais, consoante o seu nascimento, como era usado na Corte Inglesa. Como exemplo mais flagrante desse uso verificamos que o mesmo lambel usado pelo pai de Dona Filipa (João de Gante – Duque de Lencastre) foi adoptado pelo Infante Dom Pedro, Duque de Coimbra e Regente do Reino, durante a menoridade de seu sobrinho D. Afonso V – lambel de prata e três pendentes, cada pendente carregado de arminhos (ver desenho).

Juntamente com as Armas, temos também a adoção do uso das Empresas, muito difundido em Inglaterra. Estas empresas mostravam uma Alma em língua francesa (assumida como língua de corte em Inglaterra). Assim os filhos de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, usaram empresas cujas almas correspondiam às idiossincrasias de cada um: Dom Duarte tomou “Tant que serao”; Dom Pedro “Désir”; Dom Hemique optou pelo “Talent de bien faire”; Dom João tomou “J’ai bien raison”; Dom Fernado tomou por alma “Le bien me plait”; e a Infanta Dina Isabel escolheu “Tant que je vive”.